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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Kiss e o beijo da morte

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Acordei com a notícia. Fiquei nervoso até saber que todos os conhecidos que poderiam estar lá estavam bem. Lá na Boate Kiss. Boate Beijo. E na madrugada deste 27 de janeiro, a morte beijou 236 jovens e milhares de familiares e amigos. A morte costuma espreitar seu beijo fatal nas festas noturnas em todo o Brasil, não só em Santa Maria, local onde ocorreu a tragédia com os 236 jovens. Porque não é difícil encontrarmos casas noturnas atabalhoadas de pessoas, muito além da capacidade. O lucro parece ser bem mais importante. Geralmente são lugares fáceis de entrar e difíceis de sair, com saídas de emergência insuficientes e mal iluminadas. Quando a tragédia ocorreu numa mina chilena em 2010, compadecemo-nos, mas tudo é muito longe, não sensibiliza tanto. Quando a boate argentina também pegou fogo em 2004 e matou 194 pessoas, pensamos que nem conhecemos Buenos Aires e o drama não tem tanto sentido. Mas quando o beijo mortal aproxima-se de nós, primeiro não acreditamos, depois nos desespera

Feira de Adoção de Filhotes

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Para mais informações, acesse http://acpasantiagors.blogspot.com.br .

Saudação à melhor terra

Quero saudar minha terra Com humildade e respeito Querência de homem direito Onde touro brabo berra Gado xucro não se encerra Naquele rincão bendito No próprio chão foi escrito Liberdade a quem não erra Como não sou trovador Eu vou dizer simplesmente Se plantar boa semente Pra todo lugar que for Tem importante doutor Tem gaudério topetudo Terra onde nasce de tudo Plantando o bem nasce amor Não quero contar vantagens Há campos cheios de gado Lavouras pra todo lado Não quero falar bobagens Temos tão lindas paisagens No melhor lugar do Sul Por ser o céu tão azul Até parece miragem Onde fica esse lugar Vou cantar neste repente Terra de índio valente De china linda pra amar E não é pra me gabar Claro, nem tudo é perfeito Quem não é torto é direito Mas, isto não vou contar Terra do meu coração Lá enterrei meu umbigo Trago lembranças comigo Da cachoeira do Pilão Não há bandido ou ladrão Que matando vá roubar As riquezas do meu lugar Santiago do Boqueirão No mundo aprendo e ensino Aqui, nesta

O coadjuvante prodígio

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Ao passo q minha pele era enrijecida pelo sol escaldante e a pela brisa salgada,sentia minha saúde esvair, já era um ser áspero,uma couraça me cobria.Suspeitava que depois de uma das noites regadas a álcool ( que basicamente tornara se rotina) algum tripulante vil ou simplesmente com um senso de humor cruel tenha trocado meu coração por um réplica esculpida em um osso de cachalote.Minha saúde mental era prejudicada gradualmente, me questionava até quando meu corpo frequentemente alvejado por goles de rum e tragadas de fumaça iria continuar em pé. Já navegamos sem um propósito ou direção,os deixamos no porto,junto com nosso norte. Fui acordado bruscamente por um homem gordo,com uma imagem estranhamente gentil,seus olhos fu ndos e avermelhados se escondiam atrás de um sorriso cortês. -Levanta garoto! A boca seca,estada mental e minha fraqueza eram somadas ao balanço rítmico da embarcação. -Chegamos no porto?Questionei com dificuldade. A tempos não ouvia minha voz, outro timbre,outro ser

O Guri arteiro

Na mais pura liberdade Corria muito contente Pensando que era gente Guri de bem pouca idade Lembrando até dá saudade Andava por toda parte Fazendo um pouco de arte Mas não fazia maldade Correndo sem ter cuidado Por mato, campo e lavoura No meu pingo de vassoura Tinha a mãe recomendado: “Tu não pula o aramado Pois, tem um touro de raça”! Talvez, por pura pirraça Eu passei pro outro lado Com o meu pequeno laço Reboleando em pleno vento Laçar o touro eu tento Porém, sentindo cagaço “E agora, meu Deus, que faço!” Estava feita a besteira Subi num pé de aroeira Fiquei num baita embaraço O touro escarvava no chão Era brabo o bicho macho Eu só olhava pra baixo Na difícil situação Aroeira dá comichão Comecei sentir coceira Meu pai, longe, na mangueira No seu ofício de peão Fui ficando apavorado Por não passar um vivente Fui guri desobediente Quando passei o cercado Já de fundilho molhado Então lembrei de rezar Para o sufoco passar Prometi ser comportado Couro e pele toda ardida Já passando meio

O filho bastardo de Nantucket

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Já fazem três anos q ando a deriva por esses mares. Comecei de uma forma impulsiva, pegando carona em um grande e pesado navio. Passei quase um ano como um clandestino ,vivendo de batatas e bebidas q roubava a noite no convés. A tripulação desse gigante dinossauro de madeira ,era composta de jovens marujos com pouca experiência e não muito acostumados com a vida errante do infinito horizonte azul. Quando fui acordado pelo tranco e tive a certeza q estávamos ancorados,resolvi descer no porto e me incluir em o utro navio,desta vez não como um passageiro entre as sombras e barris no porão úmido,mas como um marujo disposto a dar duro para conseguir um estadia plena e mais confortável. Lá estava eu ,com meus pés sobre o navio pescador Montery. As coisas não correram como previa,nas primeiras semanas conheci o primeiro imediato e pude ter noção de como funcionava aquela maquina preguiçosa e pouco saudável. Ian era um homem com aparência velha, agressiva e rancorosa, talvez um ser endurecido