O Guri arteiro

Na mais pura liberdade
Corria muito contente
Pensando que era gente
Guri de bem pouca idade
Lembrando até dá saudade
Andava por toda parte
Fazendo um pouco de arte
Mas não fazia maldade

Correndo sem ter cuidado
Por mato, campo e lavoura
No meu pingo de vassoura
Tinha a mãe recomendado:
“Tu não pula o aramado
Pois, tem um touro de raça”!
Talvez, por pura pirraça
Eu passei pro outro lado

Com o meu pequeno laço
Reboleando em pleno vento
Laçar o touro eu tento
Porém, sentindo cagaço
“E agora, meu Deus, que faço!”
Estava feita a besteira
Subi num pé de aroeira
Fiquei num baita embaraço

O touro escarvava no chão
Era brabo o bicho macho
Eu só olhava pra baixo
Na difícil situação
Aroeira dá comichão
Comecei sentir coceira
Meu pai, longe, na mangueira
No seu ofício de peão

Fui ficando apavorado
Por não passar um vivente
Fui guri desobediente
Quando passei o cercado
Já de fundilho molhado
Então lembrei de rezar
Para o sufoco passar
Prometi ser comportado

Couro e pele toda ardida
Já passando meio-dia
Eu de barriga vazia
Gritava: “mamãe querida”!
Parecendo causa perdida
Todo cheio de ai-ai-ais
Surgiram então os meus pais
Que me orientaram na vida.

Waldui de Freitas Aquino
aquinosul@gmail.com
http://aquinosul.blogspot.com.br/

Santiago, RS

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