O coadjuvante prodígio

Ao passo q minha pele era enrijecida pelo sol escaldante e a pela brisa salgada,sentia minha saúde esvair, já era um ser áspero,uma couraça me cobria.Suspeitava que depois de uma das noites regadas a álcool ( que basicamente tornara se rotina) algum tripulante vil ou simplesmente com um senso de humor cruel tenha trocado meu coração por um réplica esculpida em um osso de cachalote.Minha saúde mental era prejudicada gradualmente, me questionava até quando meu corpo frequentemente alvejado por goles de rum e tragadas de fumaça iria continuar em pé.
Já navegamos sem um propósito ou direção,os deixamos no porto,junto com nosso norte.
Fui acordado bruscamente por um homem gordo,com uma imagem estranhamente gentil,seus olhos fu ndos e avermelhados se escondiam atrás de um sorriso cortês.
-Levanta garoto!
A boca seca,estada mental e minha fraqueza eram somadas ao balanço rítmico da embarcação.
-Chegamos no porto?Questionei com dificuldade.
A tempos não ouvia minha voz, outro timbre,outro ser.Transpirava fraqueza,como diabos cheguei a esse ponto?
-HAHAHA, e achas q alguém aqui ao menos sabe aonde estamos?!
Mesmo a sentença sendo ofertada com tanta gentileza,me caira mal,como um cruzado no estômago.
Desde que cheguei no navio montery,adquiri o hábito de observar o decrépito ritual da desova fecal,ficava hipnotizado ao fitas peixes de alimentando de nossos excrementos ,achava repulsivo,mas após ter presenciado tantas vezes o jogo dos dias,não me sentia tão diferente dos monstros marinhos coprófagos.
Meus plano e boas intenções escoaram pelo ralo,ou melhor, fora lançado ao mar junto com os dejetos.


Guga Mutchal
gugamutchal@bol.com.br
Santiago, RS



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