Balada para Amy Winehouse

(ao som de Vapor barato*, na voz de Gal Costa)

Amy, Amy,
Por favor, não me chames
Com tua voz
De tsunami.

Amy, Amy
Nos meus olhos
Tua beleza há de ficar
— doce e desesperada —
Como o corcunda
De Notre Dame.

Amy, Amy
Metade da tua dor
Implorava desmame,
A outra pedia,
Please, me ame.

Amy, Amy
No fundo no fundo
Do rock’n soul
Do drugs & alcohol
Teu corpo decadente
E deselegante
Gritava:
O mundo que se dane.

No palco da vida
Luciferava:
Sou mais eu, sou mais Amy.
E quem não gostar
Que cante outra.

* Composição de Jards Macalé e Waly Salomão.

Breno Serafini
http://www.brenoserafini.com.br
Porto Alegre/RS



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Comentários

giovani disse…
Parabéns pela poesia que escreveste. Muito bem escrita. Ressalvo, contudo, a diva (é até uma afronta alcunhá-la assim) motivadora da obra: era famosa, fazia sucesso com sua música, MAS, também era drogada, financiadora de armas (ou, por acaso, drogas não financiam AR-15?) e péssimo exemplo às crianças e à juventude, que via nela um modelo de afronta aos preceitos sociais a ser seguido.
Breno disse…
Concordo contigo, Giovani, muito bem colocado. Não faço apologia das drogas, embora acho que se deva diferençar, usuário de traficante. Mas, em relação à Amy, é um bom exemplo de onde a droga pode te levar. Agora, a arte dela é insuperável: nesse caso, separo a obra da arte. Um outro exemplo dentro dos mesmos parâmetros foi a Elis - pra mim a maior de todas as intérpretes brasileiras - que se foi por causa das drogas. Por isso chamo os artistas de, mais que antenas da raça, para-raios. Muitos sucumbem, dolorosamente, nesse processo. Fica a sua obra, muitas vezes inigualável, como é o caso da Amy.
Um abraço.

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