O caminhante de rua
Ontem o encontrei novamente, quando praticava minha caminhada matinal. “ O Caminhante de Rua”,prefiro chamá-lo assim, pois nunca o vi fazendo parte de algum grupo de viciados, em álcool ou droga, nem é fumante, tampouco soube que é pedinte. Porte alto, moreno, sempre com o olhar perdido, cabelos grisalhos, hoje algo brilhantes, não sei se por tê-los molhado ao lavar-se ou o orvalho da noite tenha contribuído para que ficassem assim, cobertor sobre os ombros, suas roupas como sempre, dignas, não sendo sobmedida, também não são rotas nem maltrapilhas. Junto a sua perna esquerda, o cão, preto com uma mancha branca na pata traseira esquerda, atento, educado, pois não late ou corre fazendo alarde com as matilhas que perambulam próximo a elevada do trem metropolitano que corta nossa cidade. Dizem tratar-se de um militar, que por fatalidade deixou uma granada em lugar indevido, causando um acidente que mutilou para sempre um jvem soldado sob seu comando, condenado em inquérito m...